quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Unicamp e Portal da Band.




Atualizado em quarta-feira, 18 de janeiro de 2012 - 07h14

Caso Celso Daniel mostra crise institucional

Para analista político, episódio expõe falhas graves dos partidos políticos, polícia e justiça do país
O assassinato de uma alta autoridade, como o prefeito de uma importante cidade paulista, falhas nas investigações e a morosidade da Justiça para julgar e punir os responsáveis são exemplos prontos da crise institucional que assola o país. A opinião é do professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade de Campinas), Roberto Romano. Ele comentou a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel e a impunidade no caso.


“Ficou exposta, neste caso a falta de vontade de apurar e punir os responsáveis”, declara. “Este episódio desacredita toda a classe política e também a justiça, que não atua de forma célere. Todas as instituições que deveriam zelar pelo bem estar da população e estabilidade política não o fizeram”.

Caso Celso Daniel completa dez anos

Para ele, os fatos que envolvem a morte do ex-prefeito representam a quebra de confiança total nas instituições partidárias. “Até então as pessoas acreditavam na integridade do PT, mas este episódio fez ruir a credibilidade do partido”, analisa.

No entanto, ele diz que o episódio também colocou um véu negro sobre a imagem do PSDB. “As autoridades tucanas também saíram chamuscadas desta história. Afinal de contas, foi a polícia de São Paulo, comandada pelo PSDB, que concluiu que era um crime comum”.

Ele acredita na ligação entre a morte de Celso Daniel e as denúncias de corrupção na cidade, e faz um alerta. “Antes de Celso Daniel morrer, várias cidades pelo interior do país registraram assassinatos de tesoureiros de partidos. São crimes que deveriam ser melhor investigados”.