Marta diz que aliança entre Haddad e Kassab em São Paulo é 'pesadelo'
Ex-prefeita da capital paulista, a senadora petista disse que quer ser cautelosa e esperar a decisão do PT sobre o acordo para não 'acordar num palanque de mãos dadas com Kassab'
09 de fevereiro de 2012 | 14h 12
Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A senadora Marta Suplicy (PT-SP) considera um
'pesadelo' a possibilidade de aliança, em São Paulo, entre o candidato
petista Fernando Haddad, e o PSD do prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Marta desistiu da disputa em São Paulo, a pedido do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas até agora não entrou na campanha de Haddad.
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A pedido de Lula e Dilma, Marta abdicou de pré-candidatura a prefeita em favor de Haddad
"Eu tenho o direito de não mergulhar de cabeça e aguardar a decisão
do meu partido sobre a aliança. Preciso ser muito cuidadosa, porque
senão corro o risco de acordar num palanque de mãos dadas com Kassab",
disse Marta. "Estou vendo um esforço grande para a coligação, mas isso
me parece muito complicado."
A senadora participou nesta quinta-feira, 9, da primeira parte da
reunião do Diretório Nacional do PT, que ocorre em Brasília, na véspera
do aniversário dos 32 anos do PT. À saída do encontro, Marta não
escondeu o mal-estar com as conversas a respeito de uma dobradinha com
Kassab, defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta de aliança, feita por Kassab, divide os petistas, mas, se
for levada adiante pelo PSD, deve ser aprovada pelo Diretório Municipal
do partido, apesar das resistências. O argumento é que todo o sacrifício
deve ser feito para conquistar São Paulo.
Ex-secretário de Marta quando ela foi prefeita, o novo líder do PT na
Câmara, Jilmar Tatto (SP), discordou da avaliação da senadora. "Se o
Kassab fizer uma autocrítica, não vejo problema na aliança. Acho um
pressuposto muito ruim a ideia de recusar apoio", afirmou. Tatto pediu
"muita paciência" ao PT, disse que nada está fechado e defendeu a
parceria com o PMDB para vice na chapa liderada por Haddad. Hoje, o
pré-candidato do PMDB à sucessão de Kassab é o deputado Gabriel Chalita.
Ao lado de Tatto, o deputado André Vargas (PT-PR) foi na mesma linha.
"É isso mesmo. Em Curitiba, nós fazemos aliança com Fruet e, em São
Paulo, vocês aceitam Kassab", afirmou Vargas, numa referência ao
pré-candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet.