Livros raros estavam em sacos de lixo na rua
Obras haviam sido roubadas do Instituto de Botânica em fevereiro
Os 22 livros raros roubados do Instituto de Botânica, na zona sul de São Paulo, em 2 de fevereiro, foram recuperados exatamente dois meses depois, na segunda-feira à noite. A polícia prendeu um integrante da quadrilha e encontrou os exemplares jogados em sete sacos de lixo na Rua Ramon Penharrubia, no Paraíso, também na zona sul.

A polícia monitorava o autônomo Carlos Xavier de Araújo Lima, de 38 anos, integrante da quadrilha acusada do roubo, e conseguiu prendê-lo quando deixava uma academia no Bom Retiro, no centro. Lima tem passagem por roubo, estava foragido da Justiça desde abril de 2010 e, segundo a polícia, participaria de uma negociação envolvendo os livros que ocorreria na rua onde foram deixados. "Ele foi detido e, portanto, não apareceu para fazer o contato, o que deve ter chamado a atenção dos demais. Mandamos viaturas descaracterizadas até o lugar onde os livros seriam mostrados. Os bandidos provavelmente notaram a movimentação, descartaram o material e fugiram", disse o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Nelson Silveira Guimarães.
O diretor do Deic diz que Lima faz parte do grupo responsável por executar o roubo, mas não por planejá-lo.
Duas viaturas seriam deslocadas ontem para levar até o instituto os 11 volumes de Flora Fluminensis, cinco de Sertum Palmarum Brasileinsium, dois de Le Bambusées e exemplares de Graminearum Genera, Herbarium Amboinense, Plantarum Brasiliae e Flora Brasilica. Aparentemente, as obras estão intactas.
Alívio
Funcionários do Instituto de Botânica demonstraram alívio com a recuperação dos livros. "Nosso medo era que colocassem fogo para se livrar da prova do crime", afirmou a bibliotecária Maria Helena Gallo.
A diretora do instituto, Vera Bononi, disse que livreiros do exterior estimaram em US$ 60 mil alguns exemplares roubados. "As figuras é que poderiam interessar. Os textos estão na internet."