Classe média prefere eficiência a democracia
13 de novembro de 2012 | 2h 07
LISANDRA PARAGUASSU / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Vinte e sete anos depois do fim da ditadura militar,
parte da nova classe média brasileira parece preferir um governo que
funcione às liberdades civis. Uma pesquisa feita pelo instituto Data
Popular, que investiga o pensamento desse grupo social que aumentou
significativamente nos últimos dez anos, mostrou que 51% dos
entrevistados concordam com a frase: "Prefiro uma ditadura competente do
que uma democracia incompetente".
Ao mesmo tempo, boa parte dos entrevistados acha que seu voto tem poder: 67% deles concordam com a afirmação "o meu voto pode melhorar a política brasileira", uma contradição com a possibilidade de aceitar um sistema em que o voto não tem validade nenhuma.
"Esse é um ponto que realmente vai chamar muita atenção. Mas o que vimos na pesquisa não é um desapego à democracia. A maior evidência disso é a importância que os entrevistados dão ao voto", afirma o diretor do Data Popular, Renato Meirelles. "Pode-se dizer que é mais uma cobrança pela ineficiência do Estado do que um saudosismo da ditadura."
Ainda usuária, em sua maioria, do sistema público, especialmente em saúde e educação, boa parte dessa classe média é bastante crítica ao serviço oferecido pelo Estado e começa a cobrar por melhorias no atendimento.
Insatisfação. De acordo com a pesquisa, que foi finalizada na semana passada, 78% da classe média está insatisfeita com a qualidade dos serviços no sistema público de saúde e 60% acham ruins as escolas de ensino fundamental e médio. Apenas o ensino superior não é tão criticado: 42% o acham adequado e 8% acham alta a qualidade.
"Uma coisa é o Estado quando o cidadão não paga imposto. Agora, com pleno emprego, o imposto é retido na fonte e a pessoa passa a ser um consumidor do serviço público, que não é gratuito, é pago. Não é mais um favor, é um direito", analisa Meirelles.
Ao mesmo tempo, esse cidadão da nova classe média não tem dúvidas de que o dever do Estado é oferecer educação e saúde de qualidade: mais de 70% dos entrevistados defendem isso.
A pesquisa, feita dentro do projeto Vozes da Classe Média, ouviu 2 mil pessoas com renda familiar per capita mensal entre R$ 1.540 e R$ 2.813, em 56 cidades brasileiras. Os números, recém-fechados, serão postos à disposição da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República que, hoje, estuda o perfil dessa nova classe média.
Ao mesmo tempo, boa parte dos entrevistados acha que seu voto tem poder: 67% deles concordam com a afirmação "o meu voto pode melhorar a política brasileira", uma contradição com a possibilidade de aceitar um sistema em que o voto não tem validade nenhuma.
"Esse é um ponto que realmente vai chamar muita atenção. Mas o que vimos na pesquisa não é um desapego à democracia. A maior evidência disso é a importância que os entrevistados dão ao voto", afirma o diretor do Data Popular, Renato Meirelles. "Pode-se dizer que é mais uma cobrança pela ineficiência do Estado do que um saudosismo da ditadura."
Ainda usuária, em sua maioria, do sistema público, especialmente em saúde e educação, boa parte dessa classe média é bastante crítica ao serviço oferecido pelo Estado e começa a cobrar por melhorias no atendimento.
Insatisfação. De acordo com a pesquisa, que foi finalizada na semana passada, 78% da classe média está insatisfeita com a qualidade dos serviços no sistema público de saúde e 60% acham ruins as escolas de ensino fundamental e médio. Apenas o ensino superior não é tão criticado: 42% o acham adequado e 8% acham alta a qualidade.
"Uma coisa é o Estado quando o cidadão não paga imposto. Agora, com pleno emprego, o imposto é retido na fonte e a pessoa passa a ser um consumidor do serviço público, que não é gratuito, é pago. Não é mais um favor, é um direito", analisa Meirelles.
Ao mesmo tempo, esse cidadão da nova classe média não tem dúvidas de que o dever do Estado é oferecer educação e saúde de qualidade: mais de 70% dos entrevistados defendem isso.
A pesquisa, feita dentro do projeto Vozes da Classe Média, ouviu 2 mil pessoas com renda familiar per capita mensal entre R$ 1.540 e R$ 2.813, em 56 cidades brasileiras. Os números, recém-fechados, serão postos à disposição da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República que, hoje, estuda o perfil dessa nova classe média.