Crise faz hospitais da Grécia ficarem sem remédios contra câncer
Laboratório Merck parou de entregar Erbitux por falta de pagamento; farmacêutica Biotest também suspendeu vendas
03 de novembro de 2012 | 12h 48
Frank Siebelt e Victoria Bryan - Reuters
FRANKFURT -A farmacêutica alemã Merck não está mais
entregando o medicamento Erbitux, para tratamento do câncer, em
hospitais gregos, disse um porta-voz neste sábado, no mais recente sinal
de como a crise econômica e orçamentária está afetando a linha de
frente dos serviços públicos no país.
Fabricantes de remédios alertaram líderes da União Europeia no início
deste ano sobre fornecimentos para os países afetados pela crise. Em
junho, a alemã Biotest foi a primeira a parar o envio de medicamentos à
Grécia devido a contas que não foram pagas.
Hospitais públicos em alguns dos países mais afetados pela crise da
dívida na zona do euro têm tido dificuldade para pagar suas contas,
disse o diretor financeiro da Merck, Matthias Zachert, em uma entrevista
ao jornal Boersen-Zeitung publicada neste sábado.
Ele disse, no entanto, que a Grécia é o único país onde a Merck parou
de fazer entregas. "Isso apenas afeta a Grécia, onde nós temos tido
muitos problemas. É apenas este único produto", disse ele ao jornal.
Um porta-voz da empresa disse à Reuters que a droga em questão é o
Erbitux, e que cidadãos comuns ainda podem comprá-lo nas farmácias.
O Erbitux é o segundo medicamento prescrito mais vendido da Merck,
com vendas de 855 milhões de euros em 2011, sendo usado para tumores no
intestino, cabeça e pescoço.